sábado, 7 de novembro de 2009

Proibido Fumar

Proibido fumar


Atraquei ao balcão

Acomodei-me entre bancos,

Como destroços amontoados

Na curva da água em bancos de areia


O marasmo do costume


Cheira a café e a tabaco amerdicanizado

Ah... Tabaco íntegro de quantas merdas nos libertavas

Não confundir

Mundo de inaladores de gases

Quero os fumos das chaminés, não importa de que industria

Quero gases nucleares

Quero o fumo preto dos automóveis

E quero o branco... o da Cistina


A mim o fumo

O fumo das guerras, das lixeiras, dos incêndios das florestas

Incinerar é óptimo


Quero o fumo de Hiroshima após o café da manhã,

O de Nagasaki a seguir ao café da tarde

E depois do jantar uma cachimbada de Chernobyl


Não faz mal


Nascemos ao respirar

Vivemos a fumegar

Benvindos á democracia dos fumos

Chega para todos, novos e velhos


Fechem a " Tabacaria "

Nunca mais "um pensativo cigarro"

Somos Pessoas, ora Eça...


Fumem... Sejam felizes


Manuel Machado

Texto escrito em 29 de Dezembro de 2007




Dedaleira

O Maio balança-a ao vento
Sente o convite, abre os braços.
Chão que não pisas
Ervas de tizanas, plantas de cozinha
Canibalismo verde
Devora-me em tarantela
Em caos.
Quero ser pétala, folha, verme,

pedra aroma e asa
Rio, Sol, Terra e Ar.

Cair sobre a paisagem

em chuva leve.



Manuel Machado