Proibido fumar
Atraquei ao balcão
Acomodei-me entre bancos,
Como destroços amontoados
Na curva da água em bancos de areia
O marasmo do costume
Cheira a café e a tabaco amerdicanizado
Ah... Tabaco íntegro de quantas merdas nos libertavas
Não confundir
Mundo de inaladores de gases
Quero os fumos das chaminés, não importa de que industria
Quero gases nucleares
Quero o fumo preto dos automóveis
E quero o branco... o da Cistina
A mim o fumo
O fumo das guerras, das lixeiras, dos incêndios das florestas
Incinerar é óptimo
Quero o fumo de Hiroshima após o café da manhã,
O de Nagasaki a seguir ao café da tarde
E depois do jantar uma cachimbada de Chernobyl
Não faz mal
Nascemos ao respirar
Vivemos a fumegar
Benvindos á democracia dos fumos
Chega para todos, novos e velhos
Fechem a " Tabacaria "
Nunca mais "um pensativo cigarro"
Somos Pessoas, ora Eça...
Fumem... Sejam felizes
Manuel Machado
Texto escrito em 29 de Dezembro de 2007